Tuesday, April 25, 2006

Tempo da delicadeza



Tenho vivido no tempo da delicadeza
Naquele que não houve qualquer canção
Que escolhe nota por nota
Que percebe de longe o som da flor
No instante em que ela desabrocha

Uma delicadeza tão minha
Que se esconde aqui por dentro
Se disfarça em voz quente
E rompe madrugadas
Na leitura de versos alheios

Nada nesse mundo mais cresce
Nada nesse mundo mais reduz
O tempo é o mesmo
Ocupado com a lembrança
Do que nunca veio,
Do que jamais ficou

Esses dedos que tocam em cordas
Seguem por si só
Nas horas, nas memórias que andam
Derramadas
No interno inverno de mim

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