Tempo da delicadeza
Tenho vivido no tempo da delicadeza
Naquele que não houve qualquer canção
Que escolhe nota por nota
Que percebe de longe o som da flor
No instante em que ela desabrocha
Uma delicadeza tão minha
Que se esconde aqui por dentro
Se disfarça em voz quente
E rompe madrugadas
Na leitura de versos alheios
Nada nesse mundo mais cresce
Nada nesse mundo mais reduz
O tempo é o mesmo
Ocupado com a lembrança
Do que nunca veio,
Do que jamais ficou
Esses dedos que tocam em cordas
Seguem por si só
Nas horas, nas memórias que andam
Derramadas
No interno inverno de mim
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