Monday, January 30, 2006

A essência da cultura popular


Está mais do que claro que os 12 primeiros patrimônios vivos escolhidos pelo Governo de Pernambuco tiveram qualquer tipo de aproximação com quem está no poder. Articulação política? Dizem que não. Preferem colocar como "conhecimento popular". Só espero que a Lei seja mais acessível aos que não têm acesso à informação, aos nossos artistas analfabetos e que não conhecem o mundo além de seu quintal. É por lá, junto ao roçado (e, muitas vezes à fome) que está a verdadeira essência da cultura popular. Radical? Vai lá pra ver!
foto: minha. É Dona Joaninha, matriarca do maracatu de baque-solto Cambinda Brasileira (Nazaré da Mata -PE). Pela jurema, patrimônio vivo em 2006.

Sunday, January 29, 2006

Quem tem medo da polícia?


Eu tenho!
Um absurdo o que rolou ontem no Garagem. Eu, Carol e Renato há poucos minutos do ocorrido comentávamos como era bom ter um bar underground na cidade. Porra! Escutávamos Sex Pistols quando chegou o Batalhão da Rádio Patrulha. Mais de 20 homens, armados, começaram a sessão de terror: hora do baculejo! Claro que acharam!

Um garoto lá e seu amigo, aquele figura ótimo que usa óculos escuros à noite, dentro do camburão! Já penssasse? Putz. Depois de um show massa das Barbies, as mocinhas tiveram que ir na delegacia protestar contra a prisão do amigo. Motivo: uma baguinha. É por isso que eu digo. Melhor mesmo é fumar em casa. A polícia não tá pra brincadeira.

Carol coitada, chorava enquanto a mulher revistava a bolsa dela. Ainda bem que ela não gosta de fumar maconha!hahahahaha! E ainda bem que ela parou de tomar tarja preta há duas semanas (é agora uma mulher "controlada" sem remédios controlados).

No final da tarde, uma das vocalistas das Barbies ligou pra mim, pedindo encarecidamente para que o nome dela não saísse no jornal. Tive esse cuidado de não botar o nome de ninguém na matéria. Coloquei o dela, porque ela permitiu. Mas, depois se arrependeu. Motivo: medo de levar porrada e até de morrer. "Minha cara ficou marcada. O policial que nos agrediu, olhou pra gente com cara de ódio".

Sei o que é isso, minha cara. Já apanhei da polícia - quando tinha 17 anos -, e passei mais de um ano apavorada quando encontrava PMs na night. Motivo: uma baguinha (que nem acharam!).

Uma pena. Pois o nosso Garagem, única opção de diversão na madrugada do Recife , poderá não ser mais o mesmo daqui pra frente. Será que ficaremos todos órfãos?

Vamos ver o que acontece...

crédito: a foto é de Juliana Orange, estudante que colaborou, com o sentimento de querer fazer justiça.

Polícia toca o terror no Garagem

Se a matéria tivesse sido publicada, seria assim:
(parabén mermo !!!)


Por Aline Feitosa e Renato L

Uma denúncia anônima resultou em operação da polícia militar ao bar Garagem, bairro das Graças, por volta das 2h45 de ontem. O estabelecimento, ponto de encontro de estudantes nos finais de semana durante a madrugada, foi apontado como “território livre para o uso de entorpecentes”, pelo comandante da operação, Coronel Fonseca. A reportagem do Diario estava no local e acompanhou a operação, onde a maioria dos clientes do bar, entre homens e mulheres, passou pela revista. “Por que tenho que sofrer este tipo de exposição? Estou me sentindo invadida”, questionava uma das clientes, que teve a bolsa desarrumada durante o baculejo.

A confusão começou quando a estudante M.A, 22 anos, (que pediu para não ser identificada nesta matéria), não permitiu ser revistada por uma policial feminina. Em seguida ela levou um tapa no peitoral, apertões nos braços por policiais masculinos, até ter as mãos algemadas. “Ela está desacatando a autoridade. Pode algemar”, ordenou o Coronel Fonseca a seus soldados. Além de M.A., outros três jovens – uma moça e dois rapazes - foram colocados no camburão e levados à delegacia de plantão de Santo Amaro. Nesse momento, dezenas de pessoas ao redor da viatura discutiam com os policiais. “Vocês bateram nas meninas. Tenho certeza que não é dessa forma que a polícia deve agir!”, gritava o estudante Rui Carneiro Leão, 24 anos. “Não conheço essas garotas que foram presas, mas achei um absurdo o que aconteceu aqui”, disse ele à reportagem.

“Quero entender o por quê de tanta violência. Meu amigo está com a camisa toda rasgada. Bateram nele só porque estava com uma ponta de maconha no bolso”, disse Adriana, vocalista de uma banda de pop-rock do Recife. “Levei um empurrão nos peitos do policial sem necessidade”, denunciou Adriana, acompanhada de mais três mulheres que foram à delegacia para prestar depoimento pelas agressões sofridas. ”A polícia deve usar a força necessária para vencer a resistência”, defendeu o comandante da operação.

Ao chegar na delegacia, o Coronel Fonseca disse à reportagem que já houve outras operações no Garagem. “Não fizeram nada, mas eu faço. Onde tiver coisa errada, vou interferir. Queria poder prender também os ladrões do Congresso”, disse o coronel. A polícia militar apreendeu com os rapazes duas pontas de cigarro de maconha. A estudante de rádio e TV, A.A, foi detida pela suspeita de ser a dona de um pacote com cinco gramas de maconha, achado no mezanino do bar. “Não temos provas de que a droga pertence a ela”, disse uma dos policiais que participou da operação durante o depoimento da estudante. “Nesse caso será feito um termo circunstancial de ocorrência”, disse o delegado de plantão, Fernando Antônio Cavalcanti. “Quanto aos rapazes, um bom advogado poderá caracterizá-los como usuários”, afirmou Cavalcanti.

Os quatro jovens detidos pediram à reportagem para não serem identificados nesta matéria. “Já passamos pelo constrangimento se sermos agredidos e presos em público”, disse um deles, que teve a camisa rasgada durante o ato de prisão. O proprietário do Garagem, Nilson, também foi levado à delegacia, acompanhado de uma advogada. Mas foi liberado em poucos minutos. Ainda quando estava no bar, o Coronel Fonseca disse à reportagem que Nilson seria enquadrado na Lei de entorpecentes 6163, “por facilitação ao consumo”.

A operação agiu com 21 homens do batalhão da Rádio Patrulha, acompanhados por policiais do Batalhão de Trânsito. “Fizemos a operação de repente. Não dava tempo de entrar em contato com a delegacia de entorpecentes”, explicou o comandante sobre a ausência de policiais especializados do caso. Os jovens foram liberados às 6h30 com o compromisso de comparecer ao primeiro juizado especial criminal de fórum Tomaz de Aquino para o agendamento da audiência. “Na delegacia, não nos permitiram fazer denúncias das agressões que sofremos da polícia. O delegado disse para encaminharmos o caso ao Ministério Público”, afirmou a estudante M.A.

Saturday, January 28, 2006

Crônicas alheias


Coisa chata essa de ficar falando mal da vida dos outros. Diria meu amigo Elinho, nada demais, são crônicas de costumes. Sendo assim, temos feitos muitas delas, que dava até pra chegar em livro (daqueles com capa dura , 450 páginas em letra miúda). O assuntos são vários e passam pelos vestuários sem jeito de uma cidadã má vestida até a um cabelo que era terrível, mas ficou legal. E é nessa conversa mole, que entramos em papos mais profundos: legalidade de uma artista, tormentos de uma vida a dois, bababá-bababá.

Tomamos todos um sorvetinho à tarde e de conversinha em conversinha vamos aprendendo o que é ser um grupo – ou seria um sub-grupo? Não importa. Meus pais continuam os mesmos, minhas pernas estão mais grossas (viva a celulite!) e minha língua... ah, essa anda bem afiada. Que coisa mais feia, dona moça.

Isso tudo pra contar que soubemos que S. está grávida de G., mas que é casada com T. A outra foi o constrangimento que M. passou numa prova oral. Ainda têm as fofocas sobre os acontecimentos da concorrência – que a cada dia surpreende (?). Deixa pra lá. E também não adianta tentar desvendar. “Provavelmente você não os conhece...”. – eis a fala mais falha na introdução de uma crônica de costumes.

Aline – 28 de janeiro de 2006