Friday, December 08, 2006

Esmeralda esgarçada

Mais de oito horas com mais de 40 pares de pés de arrastando sobre Esmeralda. Ela não aguenta tanto forró.

...

Amanhã, outros 40 pares de pés bailarão sobre sua verdice, agora com algumas falhas amarronzadas. Precisará de pelo menos 40 dias de reparos, cuidados excessivos, água duas vezes ao dia.

Wednesday, November 22, 2006

O descanso de Esmeralda

No dia seguinte daquele sábado de churrasco e crianças fazendo a bola rolar sobre a grama...

...Tom e Luca foram bater uma bolinha em Esmeralda e, quando deram o primeiro passo sobre o seu verde, Rodrigo gritou lá de dentro: “Não pode pisar na grama porque eu coloquei remédio!”.

As crianças, muito obedientes e sempre resistentes a medicamentos, não insistiram e foram arrumar outra brincadeira.

Vanessa se aproximou de Rodrigo com ar curioso: “Colocasse adubo na grama? Quando que eu não vi?E Rodrigo, muito cinicamente, disse baixinho: “Coloquei nada não. É que Esmeralda precisa descansar...”

Saturday, November 18, 2006

31

Daqui a pouco, em algumas horas, completo 31. Uma sensação de vida passando e que dela, essa vida tão veloz, várias coisas vão ficando. Têm coisas que, aos 31 anos, se descarta. Não tolero mais desamor, por exemplo. Dos 30 em diante, tudo deve conter uma alta dosagem de carinho e afeto. Na verdade, isso deveríamos aprender no primeiro mês de vida. Mas como saber do mal se ele não te pega?

Nesses 31, tenho apenas 1 pedido e 31 agradecimentos. O pedido continua sendo saúde e os 31 agradecimentos vêm a seguir:
1) Tom
2) Beto
3) Pai e mãe
4)Lua, Dara e Fidel
5)Quintal
6)Lula presidente
7)Cozinha e temperos
8)Santa Cruz (o Santinha)
9)Viver (nos dois sentidos)
10)Sobrevivência do dinheiro
11)Samba com os amigos
12)João
13)Rita
14)Marcel
15)Nilda
16)Discos
17)Livros
18)A Cambinda do Cumbe
19)Sumaia Vieira
20)Minhas sempre Magá, Babinha, Bilu e Carlinha
21)Marcus, Mércia e Morgana
22)Rodrigo, Vanessa e Luca
23)Paz
24)Amor
25)Desejos
26)Sexo ardente
27)Os galegos 03
28)Sorrisos destas crianças: Iago, Cazé, Bibi e Bruna
29)Cervejinha gelada
30)Idéias do futuro
31)Eu mesma, íntegra, feliz e bonita

Monday, November 06, 2006

Esmeralda II

Sim. São exatos 30 dias passados e Esmeralda é verde, verde. Aguada todas as manhãs, já instigou a geração de mais um mebro da família: Xica Lula da Silva, a nega, uma vira-lata muito linda que está sendo educada para na exuberante grama não fazer xixi, nem cocô, imagine!

Nesse final de semana, a grama se sentiu tudo: crianças brincando sobre ela. A bola rolando e a psicina de 1000 litros montada em cima de toda sua fofura.

Impossível não querer deitar e olhar para céu. Um tapete de amor, cuidado, dedicação.

Esmeralda, esmeralda, esmeralda... em breve serás podada.

Wednesday, October 18, 2006

Felicidade

Vai e volta. Encanto, desencanto. Perceber a vida por seus segundos. O tempo que foi. O suspiro que virá. Sem anteceder o amanhã. A espera pelo ja-já, porque ele começa exatamente agora. Uma palavra bem falada. Uma frase que não quis ser ouvida. Uma ilusão remediada. O coração que bate quando te vê. O sonho que acaba quando acordo. O sorriso dessa criança que desfaz qualquer tristeza. Minha inspiração. A flor do meu jardim. O céu azul desse Recife. Isso sim é felicidade.

Sunday, October 08, 2006

Esmeralda



Esses primeiros dias de outubro têm sido bem felizes. Estamos recebendo novos vizinhos, Rodrigo, Vanessa, Luca e a babá Ana. É confortante e familiar. Eles, nossos vizinhos. Olhar pela janela da sala e poder dar bom-dia em aceno. E, ao abrir o portão, impossível não querer atravessar a rua para fazer uma visita à parte mais importante, até agora, da casa rosa-alaranjada: A GRAMA. É Esmeralda e, segundo análises do Lobo sobre a gramínea, ficará igualzinha à da casa onde foi o casamento de Ivan. Ele puxou, repuxou a grama. Cheirou e confirmou: É esmeralda! Esmeralda... Realmente um lindo nome para a grama, a primeira cria de um jardim que daqui a poucos dias dará outos nomes infinitos. Inclusive de um cão.

...

E quando aquele gramado estiver pronto,
"poderei deitar sobre ele e olhar para a maior janela de todas as casas onde morei. O céu por inteiro (ou quase... ou prédios...). Mas inteiro" , deve pensar.


...

A lua cheia entrou ontem naquele quintal.

Tuesday, August 15, 2006

A chegada da cabocla

No ancoar dessa travessia pelo rio
Sonhava que na margem ele estaria a minha espera
como Iara, pentiaria meu cabelos
E me pegaria pela mão em direção à sombra
Que espanta o calor desse sertão

Crianças a nos arrodiar de sorrisos
Encantadas com a luz desse amor

Na madrugada, no silêncio do nada
O barquinho como colchão
As estrelas como lençóis
Aconchego nos braços quentes de sol

Tuesday, July 04, 2006

Atos miúdos, enormes alegrias

Cheguei e em cima da mesa tinha uma caixa
Dentro, o carinho de quem me quer bem
Duas camisas
Cada uma de um time
Mengão pra mim
Botafogo pra Tom

Também poderia não haver nada naquela caixa
Estaria feliz do mesmo jeitinho
Porque alguém que amo
Lembrou de mim

Para Tia Suzete

Sunday, July 02, 2006

Sufocam
Carícias que não tocam
Abraços que apertam
Beijos molhados demais

Repelem
Olhares constantes
Vigília dos passos
Controle de palavras

Agoniam
A espera excessiva
Adoração doentia
Uvas na boca

Pedido de perdão
Disfarce do repúdio
Olhar entristecido

Conti(í)nua (a) procura

Tuesday, June 27, 2006

A espera



Olha o relógio minuto a minuto
Cria delírio do que jamais poderá acontecer
Te coloca de frente para o nada

Cansa o corpo
Exausta o coração

Prefere ficar acordada
Observando o tempo
Em passos lentos
O dia, a noite
Madrugada tua
De poemas sem versos

Wednesday, June 21, 2006

Corredor

Passou e não olhou
Passou de novo e só deixou rastro
Sem bom dia, sem beijo ou afago

Vou passar e vou olhar
Inventar algo para ficar passando
O dia todo
Até dizer boa noite, dar beijos
E dormir em cima do seu braço

Tuesday, June 20, 2006

Desolado




Hoje não tem futebol

Não tem samba

Tá tudo acabado

Vai dormir desolado

Sem o canto da menina

Com o choro do cavaco

Na Ilha

O tempo está parado logo na frente do portão
Ao passá-lo, as mesmas flores pelo caminho
Os mesmo cheiros, os mesmos sons

Na sala as cortinas brancas rendadas
E os sofás ganharam novo modelo,
Mas permanecem marrons e em posições idênticas

O chão de tacos limpos
O abajur de pé dourado
Os troféus sobre a estante
A parede amarelo-claro do banheiro
De água sempre quente e pouca

O sabor do feijão ao alho e cebola
O arroz branco requentado
Salada de tomate e pepino no vinagre
Legumes na água e sal

A copa é azul-lilás
Lugar de conversas breves
Escolho um prato fundo
Descasco laranja lima
Que aguoa a boca após cada refeição

À mesa, as pessoas se esvaem
Na cabeceira da minha direita
O cenário mudou
O dono da casa já não está mais ali

No jantar, repete-se o almoço
Ela junta o resto do prato
Requenta e leva ao cachorro
Que corre solto sobre o piso de mosaicos
Amarelo, branco e vermelho do quintal

As plantinhas ainda são bem verdinhas
E as aranhas continuam a cavar suas casas na terra
Se criança fosse, puxaria uma a uma
Com cuspe no capim

A noite cai
A televisão se acende para a novela
Chega o primeiro parente, o segundo
Mais tarde, o terceiro
Vão embora

Vovó pega uma fruta de conde
Degusta caroço a caroço
Lava os dentes, guarda-os
E recolhe-se ao leito até o primeiro
Iluminar da manhã

Recomeço que um dia termina.

Friday, June 02, 2006

se...

E se eu ficar sentada?

O tempo vai passar devagar
Minhas pernas não vão andar
Meu caminhar continuará no pensamento

E se eu disser tudo que penso?

Posso chocar
Posso calar
Posso chorar
E posso ainda ganhar um beijo

E se desse beijo não quiser mais largar?

Aí fico no abraço
Sorriso grudado
Olhos nos olhos
Coração aos pulos

E se o coração parar de bater?

Morro e deixo os pedaços
De um amor verdadeiro
Que aconteceu por inteiro
Nas entrelinhas do desejo

Tuesday, May 30, 2006

Fila

Desgasto
A conversa
Não terminada

Defino
O amor
recomeçado

Termino
O sentimento
Iludido, delírio

Retiro
O corpo

O pedido de cena
Porque a fila anda

(Nem que seja pra trás. Mas que anda, anda.)

Monday, May 22, 2006



Um dia como qualquer outro
Seguido de um em um
Formado por todo minuto
Transformado em cada segundo

Um amor como nenhum outro
Desejado no prosseguir
Intenso beijo de início
Na ternura do conhecer

Duas vidas como única
Arriscadas em todo afeto
Divididas no mesmo teto
No diário abraço de amor


Para João e Rita

Saturday, May 20, 2006

Assobio na Augusta

O vento frio batia em meu rosto como carícia
Descia a Augusta como quem desce ao encontro de uma paixão
Lá embaixo, a inconstância das batidas do coração
Daria de frente com o nada
Não sabia o que encontraria
O nada era o tudo no fim daquela rua

Lá embaixo, na Augusta
O tempo era cinza
Descia devagar, de mãos dadas à amiga
Assobiando a melodia

Que ganhara de presente
Num sorriso, outro dia

Pela Augusta
Carregava meu samba
Antes cantado por quem o criou
E que agora

Com essa voz
Se acostumou

Faz parte do meu violão
Do meu encantamento
Da saudade que deixo no descer
Do embalo da ladeira

_________________________________
De São Paulo

Sunday, May 14, 2006

Não te amo mais



"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que

Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

Clarice Lispetor


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Prefiro de trás pra frente.

Azar no jogo. Sorte no amor.

Dizer mais o que?

Saturday, May 13, 2006

Voz e pandeiro




Bate o pandeiro, menina
Canta bem alto
Que todo mundo quer ouvir
A voz que tem essa tua cor

Thursday, May 11, 2006

Cartola para o começo do dia


"Linda, te sinto mais bela
Te fico na espera
Me sinto tão só, ai!
O tempo que passa
Em dor maior, bem maior
Linda no que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia
Ah, corra e olha o céu
Que o sol vem trazer bom dia"


Cartola e Dalmo Castelo

Tuesday, May 09, 2006

Alvorada



Queria meia hora a mais
Do início de cada dia
Quando o céu alaranja rosado
Contrastado com o verde das palhas
Da palmeira

Olho pra cima e preservo na memória
Cada passar de nuvens da aurora
Cada verso cantado
No momento em que a noite vai embora

Queria essa cor mais vezes na vida
E a companhia daquele olhar
Todos as madrugadas
No ensolarar dos meus dias

Das noites encantadas de som
De desejo por toda poesia
Impedida de ser pensada
Recitada nesses cantos da alvorada



Sunday, May 07, 2006

Cheiro de dendê


Essa cidade cheira a dendê. É dendê puro.
Vi shows lindíssimos ontem à noite no Percpan.
Um presente para o coração.
Salve São Salvador!
Salve todo o amor do mundo!
Salve esses dias de viagem que nos deixam
livres das maldições do cotidiano.
até.
oxe, axé!

Thursday, May 04, 2006

guarde ou não guarde a chuva

Guarda-chuva*Guarda-chuva*Guarda-chuva















Guarda-chuva*Guarda-chuva*Guarda-chuva

Wednesday, May 03, 2006

Uma nova de Chico



"Sonhei que o fogo gelou
sonhei que a neve fervia
sonhei que ela corava
quando me via

Sonhei que ao meio-dia
havia intenso luar
E o povo se embevecia
Se empequetava João
Se emperiquitava Maria

Doentes do coração
Dançavam na enfermaria
E a beleza não fenecia

Belo e sereno era o som
que lá do morro se ouvia
Eu sei que o sonho era bom
porque ela sorria
Até quando chovia

Guris inertes no chão
falavam de astronomia
E me jurava o Diabo
que Deus existia

de mão em mão o ladrão
Relógios distribuía
E a polícia já não batia

De noite raiava o sol
que todo mundo aplaudia
Maconha só se comprava
na tabacaria
Drogas na drogaria

Um passarinho espanhol
cantava esta melodia
E com sotaque esta letra
de sua autoria

Sonhei que o fogo gelou
sonhei que a neve fervia
E por sonhar o impossível
Sonhei que tu me queria"

Chico Buarque, do disco "Carioca". Uma coisa!

Engasgo


Tem uma coisa estranha
Que não me deixa respirar até o fim
Entontece meu juízo
Dispersa pensamentos

Uma danada dor sadia
Arrebatada de suspiro em suspiro
Que me leva nesse compasso
Até o fim de cada dia
Até o apagar de toda noite

Se antes de morrer
A dor essa for
Quero morrer o tempo inteiro
Para continuar sobrevivendo
De qualquer ataque de amor

Sunday, April 30, 2006

Chuvas do Recife



Voltaram as chuvas do Recife
E com elas, as goteiras

Gotejam pelos ladrilhos
Pelos cantos das paredes
Nas telhas quebradas de velhice
No papelão roído,
Plástico, palha, caixote-cobertor

Mais água vai cair
Alagar ruas, quarteirões
Gente com frio, gente com fome
Sem casa
Sem chão
Só barco, sem peixe
Só lixo, sem prece

Que sustente as águas dos olhos
Barreiras sem vinco
Do Recife
Aterrado, lameado
descuidado

Quem dera
Se de longe soprasse um vento
E a chuva corresse lá pra dentro,
No meio do relampejo
Partindo daqui pra roça do sertanejo

Lá, mais o sol vai secar
Terra dura, rachada
encarnada,
Que só palma gosta de brotar

Água
dos olhos
Úmidos de tristeza
Amargurados com a natureza
De um Deus falso protetor
Que rima vida a
mau odor, rancor e dor

Saturday, April 29, 2006



O corpo padeceu
Febre, dor, suor

O coração amuou
Saudade, amor
Fiquei só

Enquanto a noite estrelava
A cerveja gelada
na mesa
Eu aqui
Acabada, deitada

A mente adormeceu
Sonho, delírio, calor
Assim o tempo passou

O dia nasceu inteiro
Sereno, perfeito, anil

Vou olhar você
Querer você
Em mais um 29 de abril

Tuesday, April 25, 2006

Tempo da delicadeza



Tenho vivido no tempo da delicadeza
Naquele que não houve qualquer canção
Que escolhe nota por nota
Que percebe de longe o som da flor
No instante em que ela desabrocha

Uma delicadeza tão minha
Que se esconde aqui por dentro
Se disfarça em voz quente
E rompe madrugadas
Na leitura de versos alheios

Nada nesse mundo mais cresce
Nada nesse mundo mais reduz
O tempo é o mesmo
Ocupado com a lembrança
Do que nunca veio,
Do que jamais ficou

Esses dedos que tocam em cordas
Seguem por si só
Nas horas, nas memórias que andam
Derramadas
No interno inverno de mim

Tuesday, April 11, 2006

VOZ



Dei pra cantar
e também cantei pra dar

aí viro voz
e o mundo vira som
som vira mundo

apago adiante
ilumino o instante
e canto pro vento

a brisa pega e leva
a voz que se entrega
à vida,
ávida-vida

Monday, February 20, 2006

Caroço

Começou na terça, dia 7. Era uma dorzinha do lado esquerdo, dentro da dita cuja. Marido viajando, cheguei a comentar: “tô com tanto tesão que chega a bicha tá doendo”.

Sexta, dia 10. Chego em casa mole, no fim do dia, meio febril. O tal carocinho crescido, incomodando mais do que nos últimos dois dias. Ligo para a célebre Dra. Rogéria que diagnostica imediatamente: “é um Cisto de Bartholim”.

Penso: só era o que me faltava...

Prescrita para começar um anti-inflamatório, não comecei. Não sei porque temos mania de desobedecer ordens médicas...

Domingo, dia 12. Após o almoço com os compadres Magá e Jurassic, o bicho pegou. “Galego, bora direto pro hospital”. Chegando lá, o médico confirma: “Cisto de Bartholim”.

Rapaz, a partir daí, foi dor meu nêgo. Ai ai ai. Voltei à emergência na terça pra drenar o tal cisto purulento. Mas a médica disse que não precisava, que tinha diminuído. Tinha mesmo.
Mas, acho que esse ta Bartholim quis enganá-la. O danado cresceu, tudo de novo...

Meu Deus, chegando o carnaval e não acredito que vou passar meus dias de folia com esse cara, o Bartholim!

Mas não é que só nesse domingo, 19, que mandei o pus pro bebeléu? Estou drenando e já me sinto melhor. Acho que amanhã volto ao trabalho (afinal, foi um saco ficar de molho em casa) e o que é mais importante: sinto-me apta a subir e descer ladeira, tomar umas e cair no passo.

Monday, February 06, 2006

Tá sujeira!

Soube que teve outro baculejo, no último sábado, no Garagem. Só que dessa vez os homi chegaram de motoca. Dizem que foi uma doidera. Cercaram tudo e o bicho pegou. Não sei se alguém foi preso...
Só sei que na quarta-feira passada Beto esteve lá. Ele tava fumando um cigarrinho de rolo, daqueles que ele gosta com tabaco. Aí chegou uma cara grandão, se fazendo de doidão e perguntou a ele:

- E aí meu irmão, onde eu compro esse cigarrinho aí?
- Rapaz, se tu fumar isso aqui, tu vai ficar muito doido.
- Vou nada!
- Isso num é maconha não, doidão!
- Oxe. É não?
- Aqui tá sujeira. Se tu fuma aqui é porque ou é polícia ou holandês.

O cara arregalou os olhos e se saiu...

E aí? Era cana ou não era?

Wednesday, February 01, 2006

Quer camisinha?



Estávamos três amigas na Budega do Véio.
Uma delas foi pegar uma skol gelada. O Véio perguntou:
- Quer copos?
E ela:
- Sim, três.
Ele:
- Precisa de camisinha?
Ela: não, obrigada...

... ... ...

Chegando na mesa, minha amiga disse:
-Tó passada. O cara perguntou se eu queria camisinha. Que desaforo!
E eu:
- Minina! é o isopor pra cerveja!
E, ela nunca tinha ouvido falar disso. Parabén-mermo!!! mermo, mermo, mermo!

Monday, January 30, 2006

A essência da cultura popular


Está mais do que claro que os 12 primeiros patrimônios vivos escolhidos pelo Governo de Pernambuco tiveram qualquer tipo de aproximação com quem está no poder. Articulação política? Dizem que não. Preferem colocar como "conhecimento popular". Só espero que a Lei seja mais acessível aos que não têm acesso à informação, aos nossos artistas analfabetos e que não conhecem o mundo além de seu quintal. É por lá, junto ao roçado (e, muitas vezes à fome) que está a verdadeira essência da cultura popular. Radical? Vai lá pra ver!
foto: minha. É Dona Joaninha, matriarca do maracatu de baque-solto Cambinda Brasileira (Nazaré da Mata -PE). Pela jurema, patrimônio vivo em 2006.

Sunday, January 29, 2006

Quem tem medo da polícia?


Eu tenho!
Um absurdo o que rolou ontem no Garagem. Eu, Carol e Renato há poucos minutos do ocorrido comentávamos como era bom ter um bar underground na cidade. Porra! Escutávamos Sex Pistols quando chegou o Batalhão da Rádio Patrulha. Mais de 20 homens, armados, começaram a sessão de terror: hora do baculejo! Claro que acharam!

Um garoto lá e seu amigo, aquele figura ótimo que usa óculos escuros à noite, dentro do camburão! Já penssasse? Putz. Depois de um show massa das Barbies, as mocinhas tiveram que ir na delegacia protestar contra a prisão do amigo. Motivo: uma baguinha. É por isso que eu digo. Melhor mesmo é fumar em casa. A polícia não tá pra brincadeira.

Carol coitada, chorava enquanto a mulher revistava a bolsa dela. Ainda bem que ela não gosta de fumar maconha!hahahahaha! E ainda bem que ela parou de tomar tarja preta há duas semanas (é agora uma mulher "controlada" sem remédios controlados).

No final da tarde, uma das vocalistas das Barbies ligou pra mim, pedindo encarecidamente para que o nome dela não saísse no jornal. Tive esse cuidado de não botar o nome de ninguém na matéria. Coloquei o dela, porque ela permitiu. Mas, depois se arrependeu. Motivo: medo de levar porrada e até de morrer. "Minha cara ficou marcada. O policial que nos agrediu, olhou pra gente com cara de ódio".

Sei o que é isso, minha cara. Já apanhei da polícia - quando tinha 17 anos -, e passei mais de um ano apavorada quando encontrava PMs na night. Motivo: uma baguinha (que nem acharam!).

Uma pena. Pois o nosso Garagem, única opção de diversão na madrugada do Recife , poderá não ser mais o mesmo daqui pra frente. Será que ficaremos todos órfãos?

Vamos ver o que acontece...

crédito: a foto é de Juliana Orange, estudante que colaborou, com o sentimento de querer fazer justiça.

Polícia toca o terror no Garagem

Se a matéria tivesse sido publicada, seria assim:
(parabén mermo !!!)


Por Aline Feitosa e Renato L

Uma denúncia anônima resultou em operação da polícia militar ao bar Garagem, bairro das Graças, por volta das 2h45 de ontem. O estabelecimento, ponto de encontro de estudantes nos finais de semana durante a madrugada, foi apontado como “território livre para o uso de entorpecentes”, pelo comandante da operação, Coronel Fonseca. A reportagem do Diario estava no local e acompanhou a operação, onde a maioria dos clientes do bar, entre homens e mulheres, passou pela revista. “Por que tenho que sofrer este tipo de exposição? Estou me sentindo invadida”, questionava uma das clientes, que teve a bolsa desarrumada durante o baculejo.

A confusão começou quando a estudante M.A, 22 anos, (que pediu para não ser identificada nesta matéria), não permitiu ser revistada por uma policial feminina. Em seguida ela levou um tapa no peitoral, apertões nos braços por policiais masculinos, até ter as mãos algemadas. “Ela está desacatando a autoridade. Pode algemar”, ordenou o Coronel Fonseca a seus soldados. Além de M.A., outros três jovens – uma moça e dois rapazes - foram colocados no camburão e levados à delegacia de plantão de Santo Amaro. Nesse momento, dezenas de pessoas ao redor da viatura discutiam com os policiais. “Vocês bateram nas meninas. Tenho certeza que não é dessa forma que a polícia deve agir!”, gritava o estudante Rui Carneiro Leão, 24 anos. “Não conheço essas garotas que foram presas, mas achei um absurdo o que aconteceu aqui”, disse ele à reportagem.

“Quero entender o por quê de tanta violência. Meu amigo está com a camisa toda rasgada. Bateram nele só porque estava com uma ponta de maconha no bolso”, disse Adriana, vocalista de uma banda de pop-rock do Recife. “Levei um empurrão nos peitos do policial sem necessidade”, denunciou Adriana, acompanhada de mais três mulheres que foram à delegacia para prestar depoimento pelas agressões sofridas. ”A polícia deve usar a força necessária para vencer a resistência”, defendeu o comandante da operação.

Ao chegar na delegacia, o Coronel Fonseca disse à reportagem que já houve outras operações no Garagem. “Não fizeram nada, mas eu faço. Onde tiver coisa errada, vou interferir. Queria poder prender também os ladrões do Congresso”, disse o coronel. A polícia militar apreendeu com os rapazes duas pontas de cigarro de maconha. A estudante de rádio e TV, A.A, foi detida pela suspeita de ser a dona de um pacote com cinco gramas de maconha, achado no mezanino do bar. “Não temos provas de que a droga pertence a ela”, disse uma dos policiais que participou da operação durante o depoimento da estudante. “Nesse caso será feito um termo circunstancial de ocorrência”, disse o delegado de plantão, Fernando Antônio Cavalcanti. “Quanto aos rapazes, um bom advogado poderá caracterizá-los como usuários”, afirmou Cavalcanti.

Os quatro jovens detidos pediram à reportagem para não serem identificados nesta matéria. “Já passamos pelo constrangimento se sermos agredidos e presos em público”, disse um deles, que teve a camisa rasgada durante o ato de prisão. O proprietário do Garagem, Nilson, também foi levado à delegacia, acompanhado de uma advogada. Mas foi liberado em poucos minutos. Ainda quando estava no bar, o Coronel Fonseca disse à reportagem que Nilson seria enquadrado na Lei de entorpecentes 6163, “por facilitação ao consumo”.

A operação agiu com 21 homens do batalhão da Rádio Patrulha, acompanhados por policiais do Batalhão de Trânsito. “Fizemos a operação de repente. Não dava tempo de entrar em contato com a delegacia de entorpecentes”, explicou o comandante sobre a ausência de policiais especializados do caso. Os jovens foram liberados às 6h30 com o compromisso de comparecer ao primeiro juizado especial criminal de fórum Tomaz de Aquino para o agendamento da audiência. “Na delegacia, não nos permitiram fazer denúncias das agressões que sofremos da polícia. O delegado disse para encaminharmos o caso ao Ministério Público”, afirmou a estudante M.A.

Saturday, January 28, 2006

Crônicas alheias


Coisa chata essa de ficar falando mal da vida dos outros. Diria meu amigo Elinho, nada demais, são crônicas de costumes. Sendo assim, temos feitos muitas delas, que dava até pra chegar em livro (daqueles com capa dura , 450 páginas em letra miúda). O assuntos são vários e passam pelos vestuários sem jeito de uma cidadã má vestida até a um cabelo que era terrível, mas ficou legal. E é nessa conversa mole, que entramos em papos mais profundos: legalidade de uma artista, tormentos de uma vida a dois, bababá-bababá.

Tomamos todos um sorvetinho à tarde e de conversinha em conversinha vamos aprendendo o que é ser um grupo – ou seria um sub-grupo? Não importa. Meus pais continuam os mesmos, minhas pernas estão mais grossas (viva a celulite!) e minha língua... ah, essa anda bem afiada. Que coisa mais feia, dona moça.

Isso tudo pra contar que soubemos que S. está grávida de G., mas que é casada com T. A outra foi o constrangimento que M. passou numa prova oral. Ainda têm as fofocas sobre os acontecimentos da concorrência – que a cada dia surpreende (?). Deixa pra lá. E também não adianta tentar desvendar. “Provavelmente você não os conhece...”. – eis a fala mais falha na introdução de uma crônica de costumes.

Aline – 28 de janeiro de 2006