Saturday, May 20, 2006

Assobio na Augusta

O vento frio batia em meu rosto como carícia
Descia a Augusta como quem desce ao encontro de uma paixão
Lá embaixo, a inconstância das batidas do coração
Daria de frente com o nada
Não sabia o que encontraria
O nada era o tudo no fim daquela rua

Lá embaixo, na Augusta
O tempo era cinza
Descia devagar, de mãos dadas à amiga
Assobiando a melodia

Que ganhara de presente
Num sorriso, outro dia

Pela Augusta
Carregava meu samba
Antes cantado por quem o criou
E que agora

Com essa voz
Se acostumou

Faz parte do meu violão
Do meu encantamento
Da saudade que deixo no descer
Do embalo da ladeira

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De São Paulo