O vento frio batia em meu rosto como carícia
Descia a Augusta como quem desce ao encontro de uma paixão
Lá embaixo, a inconstância das batidas do coração
Daria de frente com o nada
Não sabia o que encontraria
O nada era o tudo no fim daquela rua
Lá embaixo, na Augusta
O tempo era cinza
Descia devagar, de mãos dadas à amiga
Assobiando a melodia
Que ganhara de presente
Num sorriso, outro dia
Pela Augusta
Carregava meu samba
Antes cantado por quem o criou
E que agora
Com essa voz
Se acostumou
Faz parte do meu violão
Do meu encantamento
Da saudade que deixo no descer
Do embalo da ladeira
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De São Paulo