Wednesday, December 19, 2007

A dor da saudade é maior que a dor de um furúnculo

Como a lua, crianças desabrocham novidades em fases. Tom está na fase de sentir saudade. Ao contrário dos últimos quatro anos, só quer dormir em casa e fica triste com a distância de mais de seis horas do pai e da mãe. Ainda mais agora, com o furúnculo na coxa, que fez a manha aumentar em mais de 80%. No rebate, damos dengo e afeto, muito afeto, remédio certeiro para amenizar qualquer dor.
Toda essa introdução para rechear a última tirada do nosso rebento:
Estava ele na casa do primo Cazé. Fui buscá-lo e ele, com ar de coragem, disse que queria dormir lá. Perguntei se ele estava decidido mesmo, afinal não tava nem um pouco a fim de levantar na madrugada para apanhá-lo.
"Vou dormir aqui, mamãe. Não vou chorar".
Acreditei e fui pra casa tranqüila.
Realmente, ele não ligou. Mas soube no outro dia, por Rosa (a babá de Cazé e Bibi) que ele acordou de madrugada choramingando e saiu com mais uma frase para entrar na história:

"Rosa, esse furúnculo está doendo mais do que a saudade da minha mãe".

É demais esse Tom!

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