Saturday, March 01, 2008

Quando a gente rodopia em torno de si mesmo

Ontem fui andar. Andei, andei e andei. Meio que sem rumo, sem dinheiro e celular. Porque queria rodopiar e não ser atrapalhada por nenhum larápio. Cheguei ao Torreão, arrodiei por Campo Grande, passei pela Encruzilhada e cheguei de volta ao Espinheiro. Na frente do portão de casa chorei, como se aquele suor da caminhada fosse lágrimas de todo o meu corpo. Precisava colocar para fora uma agonia. Pensei que deveria andar mais. Senti desejo dos braços do meu pai. Achei melhor pegar o carro, afinal, Olinda não é logo ali. Bati na porta do velho e me senti uma criança de cinco anos. Pulei em seu pescoço e me abracei por quase meia hora. A mão do meu pai é pesada e alisava minha cabeça. Senti sua aflição, porque quando um filho chora, a gente chora também. Saí de lá mais linda, mais pura, mais feliz, na certeza de que meu pai está aqui ainda nesse lugar que me faz tão bem.

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